sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Dor da alma



Foi difícil decidir o que escrever para o post de hoje. Mas quando já não tenho algo em mente, gosto de expressar o que meu coração pede... e assim decidi por falar sobre “dor da alma”. Entenda dor da alma como dor da perda.

Acho que muitos já sentiram isso, mas provavelmente nunca se expressaram dessa forma.
Antes de contar o sentido desse post, gostaria de fazer um parêntese sobre minha infância. Após o falecimento de minha mãe, Tia Nádia(irmã de minha mãe) e minha Avó Fara abraçaram carinhosamente a nossa educação, minha e de minha irmã. Pouco tempo depois veio Thaís, minha prima, que passou a ser nossa irmã e filha adotiva de Tia Dau, como é chamada por todos. Tia Dau sabia muito bem acarinhar, alegrar, cuidar, pentear os cabelos, fazer mutirão para limpar os ouvidos e unhas aos sábados... Sem contar no cuidado que ela tinha com as tarefas, atividades da escola, aniversários, dia das crianças e Natal... Uma verdadeira tia-mãe. Meu Deus, como é bom me lembrar disso!!

Bom, há cerca de uma semana, essa grande Tia sofreu um acidente de carro seríssimo, no qual houveram 4 vítimas e ela foi a única sobrevivente (Ufa!). A notícia desse acidente chegou para nós da família como algo muito mais do que doloroso, era avassalador, pois a notícia era de que não havia um único sobrevivente. Que desespero! Era uma dor que vinha de dentro... Era verdadeiramente uma dor da alma, corroía e estraçalhava tudo. Inevitavelmente recebi a notícia na frente dos meninos, Pedro e João Arthur. Eles ficaram sem entender direito. Durante meu desespero, me dei conta que eles estavam assustadinhos me olhando e tentando me ajudar... Ai doía mais ainda...

Aos poucos foram chegando mais notícias e havia uma luz no fim do túnel.. ela realmente estava viva. Que alívio. Que bálsamo para nossos corações. Daí ouvi uma voz linda com o travesseiro na mão para eu descansar :” Pronto, mamãe, agora você não precisa mais chorar, vai ficar tudo bem, viu?”... Que amor...
Ai caí em mim que nós poderíamos ter polpado meus pequenos desse momento. Mas como pensar nisso no auge do desespero?

Como minha mãe já faleceu há muito tempo, Pedro entende um pouco o que é morrer. Para ele é morar com Papai do Céu, em um lugar bem tranquilo e feliz, que só tem coisas boas. Pronto, até aí já basta! Acho que entrar no detalhe de um funeral, de um sepultamento ou cerimônia de cremação é muito para uma cabecinha tão inocente ainda. Aos poucos vamos dosando essas informações e chegamos ao todo, que é triste demais. Esses dias ele me questionou o que se faz no céu depois que morre... pensei, pensei, pensei... e fiquei em silêncio... Daí ele continuou... “Lá tem TV? Tem Cama? Tem brinquedo?”... No fundo no fundo eu sabia que tão cedo iria ter essas perguntas... Respondi que sim(ainda me questionando se essa seria a melhor resposta)...Dai ele me disse: ”Ainda bem, se não seria muito chato ficar sem fazer nada...”

Como fonte de orientação sobre o assunto a Revista Crescer (Editora Globo) do mês de Agosto trouxe uma reportagem abordando isso. Vale a pena ler (aqui), pois é proposto o grau de orientação que a criança deve ter até determinada idade, além de sugerir alguns livros da literatura infantil sobre o tema.

Minha Tia está em estado grave na UTI. Estamos orando e com muita fé em Deus de que ela irá se recuperar e ficará tudo bem. Ouvi de meu primo e afilhado Andre (filho de Tia Dau) no Hospital essa semana a seguinte frase :” Dinda, minha mãe é especial demais para mim. Se eu conseguir ser 1/3 para meu filho do que minha mãe é para mim, tenho certeza de que ele será a segunda criança mais feliz do mundo. Porque a primeira sou EU!”. Eu vou dizer uma coisa para vocês... Quase todas as lembranças felizes que tenho em minha infância me faz lembrar minha Tia. Imaginem que ela sentava no chão para brincar de boneca com a gente, fazia roupa de boneca, jogava baralho... ensinava cada música engraçada... ríamos todas juntas na maior farra. Então, André não exagerou em momento algum... Ela é um exemplo de pessoa e de determinação!

Aos amigos, obrigada imensamente pelo carinho, palavras de conforto e ajuda. Sem dúvida nenhuma isso ameniza a dor e nos dá a certeza de que AMIZADE é de fato um bem especial demais. Peço a todos que incluam Tia Nádia em suas orações. Vamos fazer uma corrente de energia boa e positiva!

Super beijo

Cândida ou Prin ( de Princesa, como minha Tia me chama sempre)

4 comentários:

  1. Estamos todos de mãos dadas nesta corrente =)

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  2. Candida nossa Dau é um guerreira nata todos os dias eu penso... mais um dia se passou,ela tem força,tem fé e tem acima de tudo DEUS ao lado dela,ela vai sair dessa tenho certeza. A frase que vc citou de Deco me levou as lagrimas a relação entre eles é muito bonita , se a metade de nossos jovens tivessem a alegria de pronunciar essa frase teriamos uma juventude muito mais sadia. Bjus minha linda, vamos continuar nessa lutar com muita esperança.

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  3. Irmã, desde a semana passada eu penso em colocar um post para ela, mas está td tão doloroso que não consegui estruturar um raciocínio...
    Ela é especial demais!!!!!
    Amamos ela demais!!!!
    Depois do ocorrido me dei conta do qto tem dela no meu dia-a-dia. "Tchau bacalhau! Vou ali volto já vou colher maracujá"... O cherinho de hidratante de Aveia da Davene...
    Tia, ja sabemos da dor e do buraco que seria não ter você. Agora temos que estar juntas para numa roda de conversas no chão da cozinha falar do qto vc eh amada.
    Beijos.
    Carol, Lou... ah eu tb sou Prin. :)

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  4. Obrigada pelo carinho ... e esse é especial demais!
    Vamos juntos de mãos dadas nessa corrente!

    bjos

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